quarta-feira, abril 13, 2011

Ao

chegar a casa, à espera que o portão se abra, dou de caras com as cadelas a brincar com "alguma coisa" completamente histéricas. Era mais a mais nova, porque a mais velha quer mais papas e descanso...
A brincadeira era tal que a mais nova ia saído portão fora... e eu aflita, com a estrada nacional mesmo ali. Lá a chamo e ela histérica porque cheguei a casa, esquece-se da coisa que estava a perseguir e eu respiro de alivio quando vejo o portão fechado.
Eu já histérica também a pensar que a estavam a perseguir uma cobra ou um lagarto ou algum rato... enfim. A histeria da minha chegada passou-lhes e lá voltam à carga atrás daquela coisa... e cheiram e cheiram e o faro leva-as até ao portão e daí para a frente não podem elas passar... e eu já cheia de comichão a pensar naqueles lagartos verdes ou naquelas cobras esguias...vou a medo até ao portão, tentar descobrir que raio de bicho anda por ali. Deixo a porta do carro aberta, caso tivesse que fugir dali a 7 pés, de carro sempre ia mais rápido...
Quando chego ao portão e olho para o lado de fora, descobro um pobre pombo branco, ferido e com uma assa magoada.
Bom... não podia deixar o bicho ali. Estava ferido e à beira da estrada não se ia safar.
Apanha-lo foi uma verdadeira comédia para quem estava a ver... eu de rabo para a estrada a tentar apanhar um pombo que estava a morrer de medo de mim... e eu a falar com ele, para não se assustar, como se ele me entendesse...Da estrada ouvia os apitos dos carros, claro, eu de rabo virado para a estrada, quase a mostrar as cuecas, não era para menos... Finalmente apanhei o pombo, meti-o no carro e lá seguimos para casa.
Já na garagem as cadelas descobriram o pombo no carro e eu a ralhar com elas, e o pombo a fugir de mim e delas e eu sem o conseguir apanhar... Deus! mas que filme...
Já o apanhei e levei-o para dentro de casa.
Em casa, começo a pensar que não percebo nada de pombos.... PANICO... e agora??? como é que lhe curo a asa? e comida? água era fácil... Ligo ao meu pai, quem vêm ter comigo ver o pombo. Pelo telefone ainda me diz, então se está ferido, vai para a panela. CREDO!!! pai não, para a panela não...
O meu pai lá chega, examinamo-lo, desinfectamos a ferida e metemo-lo no pátio da cozinha que é fechado. Comida e água e agora é ver se ele se safa.
Chega o marido e o filho!
O Marido quer meter o bicho a monte, que ali não se safa.
Mas a monte, vai morrer porque está ferido e algum bicho o vai apanhar.
Lá convenci o Marido a deixar ficar o bicho, até que me lembro que dali a nada, a rega dispara e o pombo vai ficar todo molhado.
PANICO... coitado do bicho, vai apanhar um susto de morte, ainda morre do coração!
Dar o jantar à pressa ao filho, antes que a rega dispare para poder mudar o pombo de sitio...
Mais um filme para apanhar o pombo no pátio da cozinha...O filho já dizia para deixar estar o pombo onde estava. (o rapaz fica aflitíssimo sempre que vê um animal aflito)
Finalmente apanho o pombo, mudo-o de pátio. Vai para o pátio do escritório que não têm relva, nem rega automática.
Duas taças, uma com água outra com comida, e ainda lhe fizemos um pequeno abrigo. Uma casinha, como dizia o D.

Passei a noite a sonhar com o Pombo e cheia de medo que, quando acordasse esta manha, desse com ele morto. Mas não! Ele lá estava, quietinho é certo, mas "vivinho-da-silva"... Hoje tenho de ir arranjar milho, porque ontem o que se arranjou para comida foi pão esmigalhado.

Espero que o rapaz esteja a recuperar...

1 comentário:

Cris disse...

;-) é bonito... :-) Ao inicio estava a imaginar que o lagarto/cobra tinha entrado para o teu carro! LOL