quarta-feira, agosto 03, 2005

A minha irmã

Se alguém me perguntar, qual é a mulher mais bonita que conheces?
Eu repondo: A minha irmã.

Se alguém me perguntar, de quem te orgulhas?
Eu respondo: Orgulho-me de um grupo muito restrito de pessoas, entre as quais a minha irmã.

Se alguém me perguntar, quem é a tua melhor amiga?
Eu respondo: As amigas verdadeiras contam-se pelos dedos de uma mão e a minha irmã está e espero que esteja sempre, nesta contagem.


A minha irmã é mais nova que eu 6 anos... E como irmã mais velha, sinto o dever de a proteger, sempre senti, desde pequena, embora a minha irmã seja muito maior que eu...


Ao longo das nossas vidas, temos criado uma cumplicidade comum de irmãs. Nunca foi necessário combinar algo tipo "não digas aos pais, senão eu isto, eu aquilo", não,... a cumplicidade de protecção de ambas nasceu naturalmente, sem palavras, apenas gestos e olhares... Percebo quando está bem e quando não está, só de olhar para ela. Desabafamos, rimos, brincamos, chorarmos... juntas...partilhamos sempre muito... Não sou a mãe dela, nem sei (ainda) o que é amor de mãe, mas o sinto pela minha "maninha" deve ser parecido com esse amor...

Ontem, fomos a uma "garraiada" lá na aldeia onde ela e os meus pais vivem... estavamos a rir, com os "fortes" homens dentro da arena que estavam a levar "marradas" das vacas, quando sinto que alguma coisa caíu e veio algures de cima de nós. Quando olho só vejo uma garafa de cerveja bater na parede onde estavamos encostadas, partir-se e cair-lhe em cima. Ainda tive tempo de a puxar para não levar com os vidros em cima, mas ela já estava com os braços em cima da cabeça. Sentou-se no chão, e eu agarei-a, estava a tentar protege-la, não sei de quê... senti que chorava e não tirava as mãos da cabeça nem a levantava... o meu coração ficou tão pequenino... não fazia a miníma ideia do que fazer, apenas queria aliviar-lhe aquela dor. Não me tinha caido nada em cima, mas doia-me o coração... Só dizia:"Deixa-me ver....tira as mãos, deixa-me ver...", ela parecia não ouvir... quanndo finalmente, ela me deixou ver, percebi que não havia sangue, apenas uma grande "Galo". Quando voltei a mim, depois de ter percebido que tudo estava bem, reparei que a arrena da "Garraiada" tinha mudado de sítio... nós estavamos no centro das atenções... Tudo e todos olhavam para nós... vi todos e não vi ninguém, só queria tirar a minha irmã dali. Felizmente os bombeiros também lá estavam e levaram-na para a ambulância. Teve de por gelo, apenas... felizmente foi apenas um susto... mas hoje ao lembrar-me deste episódio ainda tremo...

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